segunda-feira, 24 de maio de 2010

Instigue-se


Pierre Lévy, no capítulo 15 do livro Cibercultura, fala sobre as mudanças que a cibercultura trouxe para a comunicação e como elas afetam as práticas atuais da sociedade.
Algumas pessoas defendem, por exemplo, que as revistas e jornais irão acabar, dando lugar à internet. Mas o que vemos é que tanto as revistas quanto os jornais estão se moldando e evoluindo para se inserirem e não ficarem para trás, já que a sociedade está mudando seus hábitos de consumo de informação.
Gerd Leonhard fala algo bem interessante, ele diz que, quando as estradas de ferro começaram a ser construídas, os fabricantes de ferradura foram prejudicados, pois o trem oferecia maior eficiência em transporte, mas, mesmo com as estradas de ferro, as ferraduras continuaram sendo fabricadas, em menor escala, mas ainda sim continuaram sendo fabricadas. Com esse exemplo podemos ver que, como Pierre Lévy fala, “é muito raro que um novo modo de comunicação ou de expressão suplante completamente os anteriores.”
Um bom exemplo de jornal de que se inseriu na era digital com sucesso é o New York Times. Desde 1996, ele tem uma edição on-line e mais recentemente o jornal está disponível para tablets como o Kindle e iPad, através dos quais, em qualquer lugar do mundo, você recebe a edição diária do jornal, ao mesmo tempo em que ele chega às bancas na cidade de Nova York.
Então o medo da substituição tem que se tornar a empolgação da evolução, não adianta ficar dizendo que tudo vai acabar; temos em mãos um potencial incrível para fazer com que nossas plataformas de comunicação sejam melhoradas em vez de ficarem empoeiradas no passado.
”O pavor não faz pensar”, então vamos submergir nesse dilúvio informacional e sair desta zona de conforto pavorosa que estamos cercados e que, cada vez mais, não nos leva a lugar algum.

Post escrito pelo publiciberiano Wellington Fillho (p3 - noturno) a partir de leitura e reflexão do livro Cibercultura (1999) de Pierre Lévy.

3 comentários:

Cândida Nobre disse...

A tal da "zona de conforto" é, realmente, um ambiente com superpopulação - muita gente espremida por lá, esperando uma decisão cair no colo...

Unknown disse...

Wellington, só têm a temer com o paradigma da substituição aqueles que "lucram" com a escassez dos espaços de difusão: as empresas de mídia impressa e as emissoras de rádio e TV que, tadinhas, já tavam precisando sair da zona de conforto faz tempo...

Agora para se destacar elas vão precisar bem mais do que simplesmente estar em todos os suportes...

Já nós, como você mesmo enfatiza, temos mesmo é que "surfar" neste dilúvio informacional! Instigados, sempre! Amém!

Fla Luna disse...

"Então o medo da substituição tem que se tornar a empolgação da evolução". Fantástico! É isso mesmo! Apesar da Teoria da Substituição já ter sido desconsiderada por muitos teóricos, ela ainda é um tubarão branco nesse dilúvio todo.

Postar um comentário