quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ciberespaço, um campo de batalha contra o monopólio

A evolução dos meios de comunicação e a disponibildade de informações econômicas na mídia direcionam a sociedade ao conhecimento e a conscientização sócio-econômica. Desde outrora, a mídia de massa, a exemplo dos jornais, pelo seu histórico e por sua acessibilidade, apresenta-se como mecanismo de informação mais indicado para a difusão da informação econômica na sociedade.

Segundo a teoria do crescimento diferencial do conhecimento (knowledege gap) dos teóricos Tichenor, Donohue e Olien, de certa forma a informação inserida na sociedade pelos meios de comunicação de massa pode aumentar o nível de segregação social da mesma, entre outros fatores, pelo fato de que esses meios de comunicação concentram-se majoritariamente na mão de empresas privadas que direcionam e manipulam a informação para atender a exigências políticas de seus principais “atores” ou para direcioná-la de forma que seja agradável ao seu público-alvo, gerando assim audiência.

As definições que Pierre Lévy nos traz em “cibercultura” introduzem-nos, justamente, a uma nova arma social contra o monopólio da informação: os blogs. De acordo com Lévy a tecnologia não existe separada do ser humano, “é o próprio uso intensivo de ferramentas (as técnicas) que constitui a humanidade enquanto tal”. Essa nova ferramenta, o blog, fundamentada na interatividade promovida pelo ciberespaço, bem como sua disponibilidade de divulgar o conhecer de forma democrática, vem proporcionando o surgimento de inúmeros “blogueiros” que buscam disponibilizar de forma mais democrática e verdadeira a informação política e social, mobilizando seus leitores e conseguindo desde apenas tornar pública a informação até promover ações de ciberativismo ambiental e social com resultados reais.

O case do blog “fatos e dados” da Petrobrás é um dos que corrobora com a noção de que a mídia de massa monopoliza a informação manipulando-a à sua necessidade, tendo em vista a forma ofensiva como esta reagiu à proposta da multinacional de realizar a exposição crua de suas respostas na internet. A repercussão do case Petrobrás não esteve incluída apenas naqueles contrários a sua proposta, mas também em todos que acreditam no ciberespaço como campo de batalha e nos blogs como arma, em favor de uma difusão de informação democrática e da formação de consciência cidadã a partir da mesma.

Post escrito pela publiciberiana Geovanna Dantas (P4 - Noturno) a partir de leitura e reflexão do livro Cibercultura (1999) de Pierre Lévy.

3 comentários:

Unknown disse...

"Opinião insenta de opinião", esse é o paradoxo que a mídia de massa produziu durante décadas...
Sabemos que tal "ideal" nunca existiu antigamente, e também não existe agora, na cibercultura!!!
O que esse novo espaço de fluxos possibilita é a "proliferação da opinião", não mais fechadas no centro editor, mas abertas a todos que querem ser ouvidos, a exemplo da inundação de blogs como disse Geovanna.
Esse pensamento pode ser resumido no conceito de "Universal sem Totalidade", proposto por Lévy. Opiniões, dentro de opinões, dentro de opiniões, sem um fechamento. Este fica a seu (nosso) critério!!!
Então, que bem exerçamos nossa nova função: ser filtro, ao invés de repositório!!!

Cândida Nobre disse...

"Ser filtro, ao invés de repositório". Gostei, Zé. =} Resume bem a reflexão de Geovanna. Afinal, o blog da Petrobrás, ao eliminar os filtros da mídia tradicional, propõe que nós mesmos assumamos este compromisso com a informação. =]

Fla Luna disse...

Gostei tb da colocação, Zé. Me pergunto se estamos preparados para filtrar com critérios coerentes essas informações ou se o dilúvio informacional em que estamos mergulhados não nos deixa "despirocados" (como diz Cândida)?
Parabéns pelo post Geovanna.Ótima reflexão!

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